terça-feira, 7 de outubro de 2014

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mas ante a lei deus não é ninguém e não é nada
a lei perante eu e a mania de si mesmo é a marca
de todos e aconselho aos ateus a atochada
no cu do céu mas recueis dessa roleta russa
de botar no cu dum crente se covardes à lei laica
e amém o que eu quiser é meu código de conduta
e sem deuses me deito e destarte me levanto
e dormindo sem defeitos meu cacete duro frui
tão natural que nunca com as nódoas me espanto
e esclareço aos espíritas evangélicos de mesa
de missa ou messiânicos que mistérios não possui
meu ateísmo de apenas não se ater a rezas 
de só não levar nunca nenhum nume a sério
e ser sempre sozinho se sanguinário ou presa  
tolo ou ateólogo tudo termina em cemitério
de gargantear de graça pois não garanto certeza
que de matéria medra e morre a natureza
até o melhor da espécie meu espírito de esperteza
e só dura um dogma devido à vírtus de ser
apenas um fio de fótons do sem finale de cordas
do meu egoísmo letrado a lei pra quem me ler
denegar a cada deus sob as derivações todas
pois toda coisa está e exclusivo meu eu é
sob mim senão a suma dos seres que se foda 
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a poesia e mais lata se em letra é a língua
dos deuses superando o sânscrito em que surge
e como o plural indica no itinerário da índia
não do único em naus pra neutrar cabos nãos
pois em verdade os vates que não têm outra virtude
são poucos preterindo os prêmios que ganharão
e não acredito serem do submundo dos super
no mundo todo e em todos os tempos catalogados
de maioria radical sem reação a não ser rude 
mais de trinta e três milhões de trapaças de escola
porém mais que ficção pra fisgar fanáticos
poesia é uma crença pra criar caraminholas
metafísica de métrica e mágica e creio
no evidente do eviterno evoé além do científico   
que por mais que saiba sempre está por fora do seio
só a poesia princípio que possibilita infindos 
nos aproxima dos seres que somos ao senti-los  
com tantas feridas feios ou ferozmente lindos  
eles não possuem lógica pra os lacrarem nas lojas
nem lei de ulemá ou seta pra saltarmos de sítio
que a ciência nos dá com dados mas nos despoja
dos seres pra no fim ser sempre questionada 
por levita em lendas lunga de lengalengas 
ou analfa que nem fala feliz da vida filada  
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se deus existe e é tão excelente quanto 
os seus propalam pobre de mim que não posso ser
tão vil masturbador pra lhe manchar o manto
e faço-lhe a vontade a minha vantagem vê
se tudo for sua vontade o vade e o volta portanto 
fico tão à vontade que outra vez vou dizer
a vontade só é deus por dentro do domínio
se for eu bem por fora dos fóruns de são paulo
e pedro pra eu ser missão multinacional no mínimo
ou ao menos a minha manchando um trono qualquer
de sangue mas sabendo pôr a saga nos trilhos 
ou pior ainda tendo o talhe de bom talher
de qualquer deus mas não creio em contos de conceito
porque sou o mais dino dos deuses sem mal nos dados
fora se me ferir de fenômeno efeito
e nego os outros até onde der minha onda
e eu o único do céu cinza sem sol de tão acirrado
e do oceano nado dessas nuvens negonas
ou será o contrário por cabresto contratual
porém pra cada outro de olorum ou orco
invento um rival relacionado ao real
pois espiritual em éticas excogitações de asma 
ou material com a mente no massacre de inocentes
desta maneira quero por questão de quiasmas
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dos deuses somente sei se mais que senhas e signos 
o nome de alguns angustiados com anjos
ou diabos sem fazerem forcinha de fidedignos  
e como não estão úmidos à urologia do único
ao alcance dos meus dedos prum destino que danço
e nem seu inverso símios civis pra substitutos
o verdadeiro homem onde houver se esconde
invés de trajar terno o tetrápode boçal 
não sabe que as divas no divã débeis defronte
ao espelho não existem e este erro de cálculo
é o erótico lance da leitura labial
o inverso do poema pela pemba a palmos 
que há noutra realidade rolando de tanto rir
de deus seja qual for a sua forma de falar 
só conheço o que dizem dedicatória a diluir 
os medíocres a mediar os maiores desencontros 
de opinião forte pra ferir frescos e férvidos
desconfiado até dela deduzo medusa em ponto  
frente ao meu nariz nauta em olho de nádega
mas não sou ignorante pra igrejas ao incêndio 
apenas neste assunto que assume toda a saga
curioso sou outrossim de omni outros ergo 
poeta a pesquisar peixes pesados sem meus pêsames
pro instante à excelença a cada eterno que enxergo 
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embora seja regra das ralés das religiões
até em exceções de estetas extremosos 
crer num deus ou ideal istmo pra instituições 
é o primeiro ponto na ponta da língua presa
pra ser tolo intolerante cos ímpares imperiosos
tratante de respeitável com suas restritas receitas
mas começo sem carência de concessões promissor
sem promissórias aos deuses que dão paz aos decentes    
sem pés pra semear solo com sons pro superior
são a minha ignorância e ignição pra inquirir pelos
em ovo e nexo com tudo que tento transmitir-vos
e eu senão em paródias piratas não podê-los
pela razão é dolo dos dogmas que cuns dólares
se flexibilizam fácil foda e nenhum sentido  
nem em tais largos passos e penso em pormenores 
leva a algum deus no deserto desidratado
as deidades cegaram com sarças de senadores
os covardes em covas sem que lhes cresça um cravo
nem vejam odin ou ogum de obus pra abusados nudos
porém sou um daqueles sem drogas pro desvario
que sabem que o subúrbio será centro no futuro
dos que preferem o forte a ver mais fatos que fala
ao belo embora as belas por quais bocejos não viu
meu poema que provoca a produção de gala 
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coragem pra ter crença no cultural progresso 
e moleza não ter fé nas ficções de facção
porém milagre mesmo de mamar contando o terço
duma virgem sabendo a sangue o sumo acinte  
eu presencio de corpo crístico sem caixão
nem careta aos cães de companhia mais de vinte
e quatro horas por dia o divino desce pã
e sobe sendo eu assim no céu como no cio 
e me fascino feito se o fóssil da deusa mãe
em terceira pessoa paparicando a primeira
ou do imediato deus pai me prestando seus pios
na hierarquia hierática do inferno ou da feira
me crio a cada dia aos doze já me dizia
e nunca me arrependo dos arrepios dos arriscos
sempre doido diverso dependendo da estadia 
e o mesmo sustentando meu ser no cercado circo
quer que me admoestem admirados com o avesso
ou não com os seus medos deu mangar dos seus micos
não creio em quem não crio do calor do ventre eterno
pro efêmero a esfriar este espaço-tempo
criador-destruidor divo de desejos e desertos 
com dotes demasiados que em tudo mete os dentes
em mim o cosmo em si que a semelhança nem sente 
se autocriando serpente que sobra pra semente  
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a religião até pode a propósito dos pobres
ser bem individual na intolerância intestina
contudo sempre é como cruzados cristãos do norte 
da américa mal conjunto a haurir coca ou cola
transformando idiotas sob a ideia inserida 
em seu esmoler espírito num exército foda 
em potencial pro pódice da politicagem rir
só pequenos pecados por suas leis não protegidos 
castra com corretivos e correios pra proibir   
mas com seus berros não barra a batalha de miríadas
ao inverso instiga imensurável motivo
e em grande escala num esquadria exígua
por motivações várias vítimas de varíola
tal tribalistas censos e sempre sem bom senso
com bezerros de ouro pra horror do honroso anima
estupros sem feministas pra frear os feros falos
e homicídios sem machos pra multar as multidões
foram divinizados pra deter o demógrafo 
na conta dos diferentes que dilatam seus dons 
alérgicos a credos e cores sem ser seu couro
por que não humanizar a humor as humilhações 
de tais danos e destruir sem discriminar mouros
nem olhar a quem alegro com alegorias de aedos
no seu tédio sem término também os deuses do pouco
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sou detrator das fés financeiras ou filântropas  
de quaisquer uma umbandista humanitária ou morais
e ordeno salvação aos selvagens de sampa
a seul que se separam das soluções sociais
de empresa estatal ou estral ambas pilantras
pra estabelecer as ordens do orbe que orbitais
as recresto numa ruma sem revolução mais nunca
e o condenado sou por seitas e sindicatos
por eu só querer ser co cinzel numa sinuca
o eversor do everest de escalpo pra baixo
do qual esculpirei a minha ênea estátua
e farei destas brumas das bermudas sobre o barco
ichores misturados ao menin do menino
às vésperas de ser macho que por maioria não marcha 
tenho um ódio de orquídea no orco alcalino
pra lá do científico que não suaviza o ser
à teologia de ter ou não tarda o que não vale  
contudo pra combater seu cristalizado crer
não me prendo aos presságios pretenciosos à verdade
de grades filosóficas ao feitor com seus filas
me liberto aberto aos ares de alcantis e vales 
por vontade arbitrário como ardor de aurora
pulo de galho em gaio como guri gorila
nas ruínas da áfrica américa ásia e europa
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prefiro um obscuro fato a um frívolo falso  
mais verdade na lama que lorota lavada
mas muitos marqueteiros menores que seus calços
pra explicar escondendo com mais escuridões
do seu cu que nos confunde como caput cortado
de hidra o desconhecido o mais ditoso dos deões
que sempre se demove pra mais distante do dito
balbuciam deus apenas apaixonados ou apáticos
ou outro palavrão em português parecido
que com nada se parece na persistência de pô-lo
em tudo pois o que há até por não haver
de mais desconhecido nos desconhecendo doidos
porque o louro olorum ou outro dos hospícios
da fé como fidel fala pra ninguém ver
em verdade vos varo nos viadinhos ouvidos
sem ovário opositor dessas ongs com orgasmos 
e como os homens gostam galados por grolados
de ouvir os réus do rés da razão pra mais baixo
o ruivo yamandú ou outro dos orfanatos orfeônicos
dos personagens sem letra limarem porém lidos
só fala aos bandidos ou donzelos demóticos 
a ouvi-lo como a si mesmos malucos malouvidos
pois se enchem de escolhidos pra não esfolar clítoris 
e colhem toda corja de carpo apodrecido
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minto igual à criança catequizada com credos
jurando de joelhos que jamais mentirá
e é impura verdade pois é víbora o verbo
de língua bipartida mais bela que o binômio
de pascal no pensamento que peca se desejar 
mas só não minto a mim na margem do adâmeo pomo 
e quem for fraco fiel fã fantoche consumista 
que acredite de pronto neste plano piloto
pois sou irresponsável insinuando iscas
por minhas ações puras de predestinadas putas
que à risca despistam botos e não boto ou bato ponto
na preguiça que não cessa até os ciborgs cicuta 
nos brindarem mas a boa dos meus batidos contos
do congo à goa é a arte que abruptamente abre
muitos caminhos ótimos se quer o olho oblongo
pra lugar nenhum como nuvens sobre novilhos
e descaminhos difíceis pros mais diversos lugares
do cabo ao capitólio da cauda ao caudilho
e na aba de algum abdula não se acaba
nem capitula no caldo de cultismos castelhanos
é como a esfera sem raios e o rio rindo com raiva
da antiguidade reunidos no ritmo de rimar
não tem fim nem para de se primorar no piano
de apontar adiante e ainda mais quando ao mar
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as verdades nem as verdes verificáveis no método   
não sombreiam sobre mim e me são sempre perfeitos
meus preceitos porém cos patrícios não me meto 
qualquer proximidade já parte meu poder
o qual é a verdade vermelha sem vitrina
ou véu pra eu crer antes crítico que crente adoecer
e critico pois absurdo absorver pra se absolver
porém dizeis que os demais diferentemente opinam 
assumo e não me assusto pois meu argumento é
eu sou eu e eles não e só pra si são melhores
tudo aqui antiquado atual ou futurista
se menciona a mim e se em multiplicadores 
se divide ao espírito da estética elitista
se une em mim positivo e aos provincianos primos
com tendências negativas nunca neutro niilista 
mas se alguém receber esta ruma de ruídos
é suja sorte à encosta emitindo mais espuma
pois à sorte sacudido meu saltério destino
se eu vencer conseguindo o carinho até de críticos
ainda que não adepto de alfândega alguma 
preso à minha prática pessoal e intransferível  
tanto faz se a esmo por esgar do ermitão
ou primal promoção de produtos risíveis 
milhões ao menor mal morrerem co cu na mão
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cada vez mais pois crescem a cada amputação 
desconfio das verdades sem vermelho de vergonha
das multidões medonhas por meios de comunição 
mas basta minha palavra que possui poder sem fés 
de jovem pra vencer a velharia do vulgo
e me livrar do pó que não protege meus pés
do desgosto o julgamento das gentes é um jugo
e minha ambição é grande mais que a do gay gandhi
sou macho maior que a ira dos iranianos inclusos
por isso não a submeto a sobre-humanos ou songos
pra esperar mais espaço na estante da feira fútil
o crescimento primeiro e já passei do ponto
é de oeste-leste ou leste-oeste pras listas
de reis e após norte-sul e sul-norte pras notas
de burguês mas o centro sempre suprematista 
é este em toda empresa mas exclusivo de onda
em óleo um oceano com ousadia se graduando  
um grado e o mais difícil na direção ditadora
é se manter o máximo por muito tempo-espaço
divindade e realeza pra radiar minhas retas
e tiranicamente o tempo todo passo
me estabelecendo no eterno deste embolar
com intensidade rápida de raio na rede elétrica
que nem preciso contar as contas deste colar
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sou é óbvio ao se olhar o hospício do jeito
homem de opinião forte com faíscas té com físicos
sobre a natureza que forma nonos de netos
mas eu ser homem status de imbecis ao infinito
ou ter opinião não faz a força tantos os fracos
com uma qual se a sua a rainha renomada pro rito
é só parte de mim malabarista de males
e nem de porte perdendo a pelada de arregaço 
pra intuição sua vó que nem vê quanto vale
o único pro ultra e o último pra extinção
o espécime notável de natal necessário
e não a espécie estúpida a espetáculos e pão 
embora comparações de cara e cu corrugados 
cos bocados de babões e bundões descarados
me distingo de estilingue pra extinguir escamados 
de esperma dágua potável com pesar pelo pote
pois em tudo o diferente na direção diagonal 
de tudo que se viu vindo pra vencedor e pode
muito mais pois fatal fabricar um final
porém não faço força pra fiel me diferenciar
apenas sou com força de faca ou de fal  
o destino desigual nessas desigualdades
desaguadas na puta que pariu sem pensar
no paradeiro dos filhos fracos de faculdades
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eu apenas almejo como se ameno realejo
a saúde total pro soco o salto e a folha corrida
mas menos a da mente que só maluca beijo
todos nós somos loucos lambendo nossas lepras
liberando libidos e livros que se limitam  
em algum grau de ruindade pra repartições repletas
quero sabedorias pra saborear sibilas
nesta minha loucura de laboratório lítero 
e loucura pro limpo do literal das branquinhas
na minha sabedoria de não sambar nem no sábado
entretanto entre os loucos o mais lúcio ca lanterna  
graças a léu que sou e o mais sombra entre os sábios
com seringas de sida pois sempre sigo cismado
que só mulher de padre co presente entre as pernas 
a minha intuição de tão intensa sem hiatos 
de segundas intensões inteiramente imoral
pois é quem realmente sabe surreal como um sarro
a verdade só não versa tão bem mas é vital
o aviso sempre visando tal vieira e suas visões
também a razão ca rainha em sua rede à sombra 
pra mentir-lhe a maneira melhor de fazer sermões
e assim conferir-lhe credibilidade às compras
embora eu quase nunca ou qual é o que conta
tenha razão no livro que não liga pra lombra 
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não sou interpretável hieróglifo sem igreja
à nenhuma luz pra sombra de sóbrio no meu cérebro
me basta a mim viver pra que a verdade eu veja
pois meu ponto de vista são os vasos vermelhos
dos meus olhos iriados com amor ira ou impávido   
e falo coisas não falas pra fazer até o zero
pois antes a coisa quero que após a querida causa
e pois não sou arcabuz pra acabar com um aba
e surgir outro partido mas petardos e patadas
do meu paroxismo contra cada um dos currais
é praxe dos partidos todos portas fechadas
pra desarmar os distintos com detector de mentais
me terem como os tenho em testamentária clave 
como meus inimigos e a isso indaguemos mais
a verdade freira sempre ca mesma face sem fases
é desinteressada deia desinteressante
lúgubre e limitada sem levar ninguém a nada
mas a mentira dum físico de frases ou farsante 
de fatos interesseira e interessante imagina
ilimitada e hilária pra internar até galáxias 
e este meu discurso pra desviar da doutrina
de algibeira que uso no meu uniforme de único
é a minha verdade pra variar de vacina 
repleta das desgraças e delícias dos decúbitos
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ao escrever o poeta fala sem fixação na fala
daquilo que não sabe um cientista de certo
mas não dou crédito aos códigos de conduta ou barras 
e minha incerteza pra incinerar insetos
só pode ser do mal mangando do maior mughal
aos teólogos filisteus e filósofos sem flerte 
e embora eu não saiba sobre os céus e subsolos
da maioria das coisas mento as minhas bem maiores
do culo das cocotas ou das crianças de colo
e sei melhor o remix de ritmos que eu roube
que qualquer metafísico mata à metempsicose
e a causa deu a dobres não me dobrar não se descobre
nem consigo decorar com decoro de modista
nem minhas próprias polcas de parergas paregóricas
no entanto as escrevo heracles em doze lidas
feito ninguém e como quem comanda milícias 
postulo aos leitores que litros lácteos me libam 
não me temam tirano de trevas esclarecidas
e se esquecerem o som exato que exorto em ordens
do gozo de gazais de casais gays rimados
ou gás nervoso nos goys de gaza me recordem 
o sentido incerto do incesto de irmãs por hábito
da obscuridade obstetra do obsessivo tarado
que dá mais margens à luz da nova latina ao lato  
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com exceção de mim embora eu minta muito
estou bem inclinado no inquérito do ínclito
a duvidar dum touro pra seu teseu de tudo
portanto eu pergunto e provas surgem no livro 
mais que respondo ao fado me fazendo de foda
porém quando respondo tão rápido e ríspido
ao espanto da espinhal à espinha na garganta
é com respostas duro e dicaz que denoda 
e definitivo feito defeitos de dna em crianças  
do que tenho sabido e as síndromes já sinto
estão até mais saudáveis a cada cifra no saldo
e não com mais perguntas por quê porque eu minto
ao ignorante da questão que pior conhece se o caso
for do seu coração que mais cai quanto mais quer
mas quem sabe o que sou sou eu ou por acaso
o que sabe quem sou sou eu embora só conheça
um pouco dessa pressa pra plenitude do ser
de modo que o meu é mais uma imanência 
que foge e tenho tanto de teimoso ainda
a conhecer-me as carências campos pra carestia
e isso é o labor entre lábio e língua
que não paro de fazer fortalezas e fossos
por toda a vida um feudo contra as forças frias 
das financeiras fiadas e os fervores religiosos  
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nada é mais fantástico fazendo festa na fronte 
que a incerteza indelicada com ideólogos dervixes 
ela leva sem luvas na lama do limiar onde
surgem certidões práticas a picar pistas de piche
na floresta e pontes de pedra puxam por mares  
acham extravagâncias e essências que só existem
no humano espécime que estimo mais que a espécie
e a mais incertezas laicas a nos linkar cos lugares  
do criador sem caráter comprado nas quermesses 
de razões pra regimentos e rezas pros donzelos
contanto que seja eu escrivão-mor da esquadra
o busto na erma praça à espera de estremecê-lo
o meu grande desejo a donzelias desonrar
de conhecer o quê como quando quem e o porquê
calejando o tato a ter com tudo e boa ou má
na interpretação da interpol ou da icar 
apenas a minha causa de curió a curiar
que de saber não cansa de quando quer cantar
pessoal profana puxada por profecia pós-evento
que nada quer perder mas o pendão é um pêndulo
e no melhor sentido pros sociais sentimentos
me abro pra colher vários ao construir o calhamaço
porém figura fechada em mim feroz palhaço
pra não ceder a cédulas e sem suor ser um ricaço
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incrível ter ideias pra sem idealismo
jogá-las iconoclastas imagens do imitador 
porém sem imprimir no império nosso íntimo
preto no branco com ou sem bolada no banco
não vale colorido cordial ou sem cor
como caim fraternal ferindo fatal nos flancos
o caçula pra casar com sua alma e corpo gêmeo
e inferir mais ideias de indeterminados casos
e desbancá-las depois dizendo o que penso
mas às vezes nem pisco na pressa e pressão do passo
e assim sucessivamente sem eu cessar de ser
pois sou primeiro que trás o terceiro do trabalho
pras inúmeras ideias e isto sou eu vide
e tu de quebra e quem mais comer e beber
do pão e vinho que viro pra que me verbalizem  
então por que contentar-se creme dental da crise
com osso onde em restrito não me omito resisto
só de raiva e explodo herói a emitir elipses
na hierarquia intelectual pois quando a ideia explode
vai se formando a teia da minha testa pro texto                                    
devagar nos vossos dedos pra desvendar a ode 
qual se cegos e acelera na audição de cada acento                                             
a ferver com o fole da minha fronte hoje                                           
já imensa geleira da gesta sem nenhum gesto
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por princípio ser do contra é meu critério crítico
principalmente a governo de góis sem gola e pro mato 
nem gol pois somos nós mas separados cínicos
pois sou ego o eleito sem elo pleito ou senado
são feitos por bandidos e babões bem piores
até prova em contrário das costas dos castigados
sou contra o não-eu estado de eleitores 
só eu sou o sagrado o segredo do esse
esta é a essência do egoísmo nobre
e o certo é que sem mim ministro menestrel
tudo tá todo errado se estragando no erre
odeio quem se contenta com carola coquetel 
tedioso pra quem quer cutucar cus em comício
e do comércio portanto prefiro o pinel
com descarrego sem cobres que quer o cosmo consigo
e come merda como o catequista ezequiel
mandando os outros ao inferno por infringirem incisos
enquanto sobe pro céu cos santos crimes seus 
pois o kleos qualificando corcéis pra coices sonoros
e o principal propósito de pau ejaculatório
e não prostrados potros de pincel jaculatório
seja argivo ou teucro pra transpor o temporário  
é montar monumentos e não é mental o barro
como o márcio mármore pra modelar o lendário  
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tal alma não quer reza que deixa a razão no raso
pois se preza e não presa de prescrições ciumentas
pertence a si mesma macia moça sem atraso 
e media a patente das partes mais pudendas
algo assim de alteza com audiência à sua cagada
pois homem natural à noite com novelas
e ao dia de finados velas pras verbas não votadas
humanizarem com úlceras na urbe a natureza
no hipopótamo e dentro do dandy tão danada
sou o nobre herdeiro da hermética espada
a sorrir do que sobrou e nem sombra do não vindo 
o poeta cum punhado de pétalas amassadas
o do contra a república que rebaixa o riso
de escárnio aos espíritos sem espasmos passionais
o inúmero indivíduo e o indignado inimigo
e o número um da pátria parasita dos párias
o procurado pela prole da puta assaz
de abortos já oca sem ovários a ordinária 
pois o eu é tudo em tu e tratados não me entregues
por fora não há lado prum lídimo lutar
o forasteiro põe fogo nos que não forem ele
e bota burca ou biquíni nas boas como nas más
o real é a pessoa pelada ou sob peles
e estamos conversados até o caos contrariar